A barreira do idioma é uma das principais culpadas. O francês é gramaticalmente complicado e foneticamente difícil e foi substituído pelo inglês como língua universal. Desde então, Inglaterra e Estados Unidos tornaram-se os maiores exportadores de música do planeta e os franceses ficaram chupando o dedo e odiando cada vez mais qualquer um que não falasse com biquinho.
Para a sorte deles, teve gente que resolveu deixar o orgulho e as diferenças de lado (para quem não sabe, os franceses não são muito fãs dos ingleses e vice versa; uma relação que lembra a de nós, brasileiros, com nossos “hermanitos” argentinos) e começou a fazer música em inglês.
Na ativa desde 1993, o duo de mascarados do Daft Punk é conhecido internacionalmente como um dos principais nomes do house. Os verbos seguidos pelo pronome “it” repetidos exaustivamente na música “Techonologic” são, provavelmente, conhecidos por quatro de cinco cidadãos do planeta .
Thomas Bangalter e Guy-Manuel de Homem-Christo – sim, esse é o nome do cara – se conheceram ainda na escola, em Paris.
Apesar da “idade avançada” da dupla, ela ainda é a favorita de adolescentes franceses e toca em festivais moderninhos como o Coachella e o Lollapalooza. Críticos, como o poderoso site Pitchfork, costumam definir suas apresentações com expressões como “um espetáculo robótico” e muitos elogios. Além disso tudo, os dois parisienses ainda podem se gabar por influenciar LCD Soundsystem.
Agora que a banda famosa já foi citada, chega a parte mais interessante: as mais desconhecidas para o grande público.
Seu primeiro álbum, "†" – ou “Cross”, foi lançado em junho de 2007, pouco depois do single “D.A.N.C.E” que deve ter grudado no seu ouvido por semanas nessa época.
No último Grammy, a dupla foi indicada para “melhor gravação dance” - por “D.A.N.C.E” – e para “melhor álbum eletrônico/dance” – por "†".
Conhecidos pela imensa cruz que compõe o cenário de seu palco, continuam fazendo remixes, inclusive do já citado Daft Punk.
The Teenagers é um trio que também vem de Paris, mas “virou a casaca” e se mudou para Londres depois de assinar contrato com uma gravadora da cidade. Mas a localização não interessa, o que importa é que no natal de 2005, Micheal Szpiner, Dorian Dumont e Quentin Delafon estavam tão entediados que resolveram fazer a música “Fuck Nicole”. A popularidade foi conquistada através da internet, principalmente após o lançamento da sensacional “Homecoming” que fala sobre um casal sob dois pontos de vista: o dele (um cara fútil que só pensa no sexo) e o dela (uma garota fútil que pensa ter se apaixonado).
Segundo a bem humorada (e bem adolescente) banda, suas influências são sexo, amor, festa, vodka, verão, puberdade, Red Bull, ham rollz (um tipo de aperitivo feito de presunto) e garotas suecas. O nome da banda combina com as suas influências e com as suas músicas cujas letras são extremamente simples, criativas e descritivas. Os vocais praticamente falados em alguns momentos diferencia a banda do resto daqueles encaixados no tal do new rave.
Nada mais adolescente do que um ídolo. Michel, Dorian e Quentin são fãs de Scarlett Johansson e ela ganhou uma música só dela, “Starlett Johansson”.
Seu primeiro álbum, “Reality Check”, saiu no dia 12 de março, mas já tinha vazado na internet meses antes. Esses três franceses despontam quando o new rave está mais forte do que nunca e são um nome para não se esquecer.
Se estivéssemos nos Estados Unidos e só pensássemos em comida, Hushpuppies seria mais uma apetitosa opção para aumentar nosso colesterol. Ainda bem que esse não é o caso, ou se não, estaríamos perdendo ótimas canções – além do que, colesterol não é legal. Hushpuppies, a banda, surgiu em Paris, apesar de seus membros serem de uma pequena cidade no sul do país. Quatro deles já eram membros de uma outra banda – Likyds - que ganhou fama e prestigio na região, e que apesar da formação, em nada se parece com o atual Hushpuppies.
No início, a banda cantava em francês e já atraia pequenas multidões para as suas apresentações. Ao assinarem contrato com uma gravadora e começarem a gravar as músicas em estúdio, eles repararam que as canções em inglês eram as de melhor qualidade e aquelas que iriam garantir a maior quantidade de ouvintes.
Confortáveis com o novo idioma e com seu rock de garagem com um pé no electro e nos anos 60 (sim, verdade), a banda lançou seu primeiro cd “The Trapt”. A contagiante “You Are Gonna Say Yeah” faz com que você fique falando “yeah” por alguns dias e , por incrível que pareça, não se incomode nem um pouco com isso.
Dois anos e uma turnê praticamente ininterrupta pela Europa depois, os Hushpuppies lançaram em 2007 o seu segundo álbum - “Silence Is Golden” – que mostra que os adolescentes com sotaque do sul cresceram. Suas canções estão mais melódicas e pesadas e têm um equilíbrio maior de todas as suas influências.
Assim como The Teenagers curtem Scarlett Johansson, os Hushpuppies curtem a Kate Moss e o primeiro single tirado de “Silence is Golden” chama-se “Bad Taste And Gold On The Doors (I Want My Kate Moss)”.
Esqueça a os crepes e o Louvre, a música francesa (em inglês ou não) os supera.
Ps: Eu sei que eu já postei esse texto em outros lugares e já o usei como trabalho da faculdade, mas eu sou a favor da reciclagem. Me processe. [2]
Ps 2: Estou seriamente em fazer um post de título "Francês em francês" no futuro.
Ótimo trabalho academico, eu consegui ler e entender ele todinho... nota 9,5
ResponderExcluirJá ouviu Plastiscines, Ali? Elas são francesas, ma cantam em francês e em inglês :)
ResponderExcluiruau! celsinho deve ter ficado orgulhoso!
ResponderExcluirheuheuehueheu
esqueceu discobitch, te mato.