quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Francês em inglês

A França é mais conhecida pelos vinhos, pelos queijos, pela desvalorização da higiene pessoal e pela primeira dama Carla Bruni. A música francesa é pouco escutada por aqui, principalmente o rock francês, que é quase uma lenda urbana.
A barreira do idioma é uma das principais culpadas. O francês é gramaticalmente complicado e foneticamente difícil e foi substituído pelo inglês como língua universal. Desde então, Inglaterra e Estados Unidos tornaram-se os maiores exportadores de música do planeta e os franceses ficaram chupando o dedo e odiando cada vez mais qualquer um que não falasse com biquinho.
Para a sorte deles, teve gente que resolveu deixar o orgulho e as diferenças de lado (para quem não sabe, os franceses não são muito fãs dos ingleses e vice versa; uma relação que lembra a de nós, brasileiros, com nossos “hermanitos” argentinos) e começou a fazer música em inglês.

Na ativa desde 1993, o duo de mascarados do Daft Punk é conhecido internacionalmente como um dos principais nomes do house. Os verbos seguidos pelo pronome “it” repetidos exaustivamente na música “Techonologic” são, provavelmente, conhecidos por quatro de cinco cidadãos do planeta .

Thomas Bangalter e Guy-Manuel de Homem-Christo – sim, esse é o nome do cara – se conheceram ainda na escola, em Paris.
Apesar da “idade avançada” da dupla, ela ainda é a favorita de adolescentes franceses e toca em festivais moderninhos como o Coachella e o Lollapalooza. Críticos, como o poderoso site Pitchfork, costumam definir suas apresentações com expressões como “um espetáculo robótico” e muitos elogios. Além disso tudo, os dois parisienses ainda podem se gabar por influenciar LCD Soundsystem.
Agora que a banda famosa já foi citada, chega a parte mais interessante: as mais desconhecidas para o grande público.

Justice não tem a fama de Daft Punk, mas não pode ser considerado desconhecida. Essa outra dupla também é de Paris e também faz música eletrônica, no entanto, mais marcada pelas distorções do electro. Xavier de Rosnay e Gaspard Augé se uniram em 2003 para fazer o remix da música “Never Be Alone” (da banda inglesa Simian) que depois, foi rebatizada de “We Are Your Friends” para um concurso de faculdade. Esse foi o ponta pé inicial para a assinatura de contrato com uma gravadora e para o sucesso nas pistas de dança e na internet.



Seu primeiro álbum, "†" – ou “Cross”, foi lançado em junho de 2007, pouco depois do single “D.A.N.C.E” que deve ter grudado no seu ouvido por semanas nessa época.
No último Grammy, a dupla foi indicada para “melhor gravação dance” - por “D.A.N.C.E” – e para “melhor álbum eletrônico/dance” – por "†".
Conhecidos pela imensa cruz que compõe o cenário de seu palco, continuam fazendo remixes, inclusive do já citado Daft Punk.

The Teenagers é um trio que também vem de Paris, mas “virou a casaca” e se mudou para Londres depois de assinar contrato com uma gravadora da cidade. Mas a localização não interessa, o que importa é que no natal de 2005, Micheal Szpiner, Dorian Dumont e Quentin Delafon estavam tão entediados que resolveram fazer a música “Fuck Nicole”. A popularidade foi conquistada através da internet, principalmente após o lançamento da sensacional “Homecoming” que fala sobre um casal sob dois pontos de vista: o dele (um cara fútil que só pensa no sexo) e o dela (uma garota fútil que pensa ter se apaixonado).


Segundo a bem humorada (e bem adolescente) banda, suas influências são sexo, amor, festa, vodka, verão, puberdade, Red Bull, ham rollz (um tipo de aperitivo feito de presunto) e garotas suecas. O nome da banda combina com as suas influências e com as suas músicas cujas letras são extremamente simples, criativas e descritivas. Os vocais praticamente falados em alguns momentos diferencia a banda do resto daqueles encaixados no tal do new rave.
Nada mais adolescente do que um ídolo. Michel, Dorian e Quentin são fãs de Scarlett Johansson e ela ganhou uma música só dela, “Starlett Johansson”.
Seu primeiro álbum, “Reality Check”, saiu no dia 12 de março, mas já tinha vazado na internet meses antes. Esses três franceses despontam quando o new rave está mais forte do que nunca e são um nome para não se esquecer.

Se estivéssemos nos Estados Unidos e só pensássemos em comida, Hushpuppies seria mais uma apetitosa opção para aumentar nosso colesterol. Ainda bem que esse não é o caso, ou se não, estaríamos perdendo ótimas canções – além do que, colesterol não é legal. Hushpuppies, a banda, surgiu em Paris, apesar de seus membros serem de uma pequena cidade no sul do país. Quatro deles já eram membros de uma outra banda – Likyds - que ganhou fama e prestigio na região, e que apesar da formação, em nada se parece com o atual Hushpuppies.

No início, a banda cantava em francês e já atraia pequenas multidões para as suas apresentações. Ao assinarem contrato com uma gravadora e começarem a gravar as músicas em estúdio, eles repararam que as canções em inglês eram as de melhor qualidade e aquelas que iriam garantir a maior quantidade de ouvintes.
Confortáveis com o novo idioma e com seu rock de garagem com um pé no electro e nos anos 60 (sim, verdade), a banda lançou seu primeiro cd “The Trapt”. A contagiante “You Are Gonna Say Yeah” faz com que você fique falando “yeah” por alguns dias e , por incrível que pareça, não se incomode nem um pouco com isso.
Dois anos e uma turnê praticamente ininterrupta pela Europa depois, os Hushpuppies lançaram em 2007 o seu segundo álbum - “Silence Is Golden” – que mostra que os adolescentes com sotaque do sul cresceram. Suas canções estão mais melódicas e pesadas e têm um equilíbrio maior de todas as suas influências.
Assim como The Teenagers curtem Scarlett Johansson, os Hushpuppies curtem a Kate Moss e o primeiro single tirado de “Silence is Golden” chama-se “Bad Taste And Gold On The Doors (I Want My Kate Moss)”.

Esqueça a os crepes e o Louvre, a música francesa (em inglês ou não) os supera.

Ps: Eu sei que eu já postei esse texto em outros lugares e já o usei como trabalho da faculdade, mas eu sou a favor da reciclagem. Me processe. [2]

Ps 2: Estou seriamente em fazer um post de título "Francês em francês" no futuro.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Fucking Croissant

Essa é a frase de abertura do cd “Panic Prevention” de Jamie T e já mostra o tom divertido que acompanha todas as canções do álbum de estréia, que têm como principal tema as festas e as bebedeiras do jovem cantor e compositor.
Jamie tem 22 anos e vem do Sul de Londres, da parte da cidade mais famosa pelo tênis do que pela música, Winbledon. Ele está na cena musical local desde meados de 2006 quando lançou seu primeiro single, "Sheila". Desde então, já lançou um ep, mais alguns singles e o esperado cd de estréia.

Jamie T cantando é uma mistura de cuspe, uma espécie de sotaque jamaicano e energia, muita energia. Por incrível que pareça, uma mistura que envolve até chuva de saliva, deu certo. O ritmo (outra mistura inusitada) tem influências do ska-punk e do rap, e desde a primeira batida, leva até os mais tímidos a quererem dançar (nem que seja apenas com a pontinha dos pés). O sotaque com complexo de Bob Marley é rapidamente perdoado com a declaração de amor a Londres (e às suas festas) que se mostra nas letras. Jamie compõe todas as suas músicas tendo a capital como pano de fundo de narrativas caóticas. Trafalgar Square, The Strand, Camden Town e as margens do Tâmisa marcam presença e traduzem com habilidade as bêbadas noites londrinas de personagens como Sheila, Stela, Georgina, anônimos e, bem, ele mesmo.

Mas não é só de festa e bebida que um músico vive. Apesar de ter contrato com a poderosa Virgin Records, Jamie tem a sua própria gravadora – Pacemaker Records – que acaba de assinar com Adele (cantora e compositora de vozerão e fantásticas ambições de criar um super grupo feminino com Kate Nash, Amy Winehouse e Katie Melua). Além disso, Jamie já fez parceria com a onipresente Lily Allen. A música “Rawhide” conta com a agradável voz da moça nos backing vocals e foi lançada como b-side do single de “Sheila”.

As músicas mais legais: Calm Down Dearest, So Lonely Was The Balad e If You Got The Money.

Ps: Eu sei que eu já postei esse texto em outros lugares e já o usei como trabalho da faculdade, mas eu sou a favor da reciclagem. Me processe.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

McMaio

Não, esse post não é sobre a nova promoção do McDonalds.

A banda inglesa McFly divulgou em seu MySpace uma turnê pela América Latina a partir do dia 20 de maio, mas sem datas e locais confirmados.
Segurem suas calcinhas, meninas. QUÊ?


Aproveitando a oportunidade, vou postar aqui a minha atividade complementar do quarto bimestre de Jornalismo Básico I, que fala sobre as minhas impressões da apresentação que a banda fez aqui no ano passado, um pouco sobre suas fãs e sua biografia.


RADIOATIVA
A atmosfera do Via Funchal do último dia 9 de outubro poderia ser considerada radioativa. Era a noite do terceiro show da banda britânica McFly no Brasil. O primeiro havia ocorrido em Curitiba dois dias antes e o segundo naquele mesmo lugar, na noite passada. Contudo, era essa apresentação a mais esperada. Seus ingressos haviam se esgotado meses atrás, em menos de dois dias.
A expectativa era grande. A maioria, garotas na faixa dos 15 anos, estava ali há mais de doze horas para garantir um bom lugar. Portanto, qualquer mínimo movimento no palco era seguido de gritos e suspense. Poderia ser algum deles, afinal...
As conversas giravam em torno de Harry, Dougie, Danny e Tom, ou então de Judd, Poynter, Jones e Fletcher, ou ainda do baterista, do baixista e dos dois vocalistas e guitarristas.
Elas não se referem a eles como ídolos, apesar dessa ser a posição ocupada por esses quatro jovens músicos (o mais velho da banda tem 23 anos) nessa espécie de cadeia alimentar do status. As fãs se referem a eles como seus amigos, seus namorados, suas almas gêmeas, por mais perturbador que isso possa parecer em alguns momentos. Cada uma tem o seu favorito e é comum se escutar: “Eu sou Poynter.”, ou então, “Eu sou Judd.”. Se referindo ao seu membro preferido.
As fãs são como uma enciclopédia ambulante. Sabem tudo, não apenas de seu amado, mas de todos os integrantes da banda. Sabem que ela foi formada em 2004 depois que o vocalista e guitarrista Tom Fletcher não passou num teste que selecionava membros para uma banda chamada Busted. O garoto não foi o escolhido, mas chamou a atenção dos produtores, que logo contataram Danny Jones, também vocalista e guitarrista, e enfurnaram os dois garotos num quarto de hotel para que eles escrevessem músicas. Enquanto isso, os produtores da Prestige Management corriam atrás de um baixista e um baterista que se encaixassem no perfil que procuravam. Dougie Poynter foi escolhido como baixista e as fãs sabem que ele ficou tão nervoso em seu teste que vomitou atrás do palco. Harry Judd seria o baterista e as fãs sabem que ele já tocava bateria para o Busted em algumas ocasiões. Sabem que os garotos bateram o recorde dos Beatles ao entrarem no Guiness Book como a banda mais jovem a ter um álbum no topo das paradas britânicas. Além de tudo, elas sabem que o nome da banda só é esse porque Fletcher é fã incondicional da trilogia De Volta Para O Futuro.
Sabem que quanto mais o relógio se aproxima das nove da noite, mais próximo está o que elas tanto esperam.
Como elas sabem disso?
Porque elas já foram informadas por amigas (ou por elas mesmas) que estiverem nos shows anteriores que os garotos fazem jus à sua nacionalidade e são pontuais.
Danny, Dougie, Harry e Tom não se atrasaram naquela quinta-feira, 9 de outubro e à nove horas da noite os gritos do Via Funchal ecoaram por parte da Vila Olímpia, enquanto os primeiros acordes de uma guitarra davam a dica da primeira música: One For The Radio, música do quarto álbum de músicas inéditas da banda, o Radio:Active. O primeiro que ela lançou a partir de seu próprio selo, a Super Records.




A presença de palco, o carisma e a qualidade da performance justificam o sentimento que todas aquelas garotas dividem. Os integrantes da banda tocam e cantam como se não houvesse amanhã. Além disso, pareciam de fato emocionados com a resposta do público, ficavam o tempo inteiro nas bordas do palco, o mais próximo possível das fãs, e conversavam com a platéia entre uma música e outra.
As fãs gritam, cantam e choram como se não houvesse amanhã. Além disso, elas também arremessavam presentes no palco e seguravam cartazes com mensagens que iam do mais inocente “I Love You” até algumas mais impublicáveis.

As canções que mais animaram foram Star Girl, Lies, Transylvania e Five Colous In Her Hair, tocada durante o bis final, enquanto os ingleses trajavam camisas da seleção brasileira dadas de presente por fãs.

Se a atmosfera estava radioativa antes da apresentação, depois, a impressão era de que uma bomba de radioatividade tinha de fato explodido no lugar. As fãs estavam no chão chorando. Ou então, estavam pulando e gritando. Algumas ainda pareciam em choque e não se mexiam ou falavam. Elas não acreditavam no que tinham acabado de presenciar. Era a realização de um sonho coletivo.

Fletchers, Joneses, Poynters e Judds voltaram para suas casas com sorrisos estampados nos rostos. Fletcher, Jones, Poynter e Judd voltaram para Inglaterra com sorrisos estampados nos rostos.
No fim, somos todos humanos.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Juventude à flor da pele (?)

Ontem, dia 22, foi a estréia da terceira temporada da série Skins, que está no ar desde 2007. Aqui no Brasil, aquele moço chapado contratado para traduzir nomes estrangeiros resolveu chamá-la de Juventude à Flor da Pele.
A HBOplus exibe atualmente a segunda temporada do programa, mas sem horário fixo. Ou seja, quando dá na telha deles, o que é uma pena.

Na teoria, Skins é uma espécie de Malhação inglesa: uma mistura de drama e comédia (sim, isso é possível) que trata da vida de adolescentes. Contudo, as semelhanças entre os dois programas ficam apenas na teoria, já que a produção inglesa faz a brasileira parecer uma canção de ninar, não apenas pelo teor dos temas tratados (e literalmente mostrados), mas também pela densidade de seus roteiros e personagens.
Os roteiristas da série tem uma média de idade de vinte anos e não se preocupam em ser politicamente corretos. Ou seja, você nunca verá um personagem pedir “uma rodada de suco para a galera”.

Após duas temporadas emocionantes (tentativa de suicídio, gravidez precoce, transtorno alimentar, desestruturação familiar, consumo de todo tipo de droga, atropelamento, relacionamento amoroso com professora, morte, homossexualismo, constante troca de casais e muitas, muitas festas) e muito bem sucedidas, a emissora E4, responsável pela série, tomou uma medida drástica: dispensou todos os seus protagonistas.
Apenas personagens secundários (ou até terciários [?]) permaneceram. A nova protagonista, Effy, por exemplo, teve apenas uma fala na primeira temporada. Seu papel cresceu na segunda, já como uma espécie de preparação para a ligação que ela faria entre os novos e os antigos personagens no futuro.
Apesar de não ter mais nomes relativamente conhecidos em seu elenco como no início (Nicholas Hoult, o menininho de Um Grande Garoto, e Dev Patel, o protagonista do filme queridinho do Globo de Ouro e do Oscar, Slumdog Millionaire), o primeiro episódio da nova fase da série não decepcionou e contou com “adultos” tão idiotizados que justificariam o comportamento “à flor da pele” dos jovens.


Apesar da aparente superficialidade e inversão de valores da série, ao longo do tempo, explicações e justificativas acabam se mostrando. Todos têm neuras, vícios, defeitos e qualidades, assim como os seus amigos de carne e osso. Talvez seja esse o encanto de Skins. Seus personagens são tão humanos que nos lembram de nós mesmos e de nossos amigos.

É claro que você e seus amigos de carne e osso não freqüentam tantas festas sensacionais, nem usam roupas tão legais (futuramente, farei um post sobre a moda de Skins *-*), nem têm aquele sotaque britânico que dá vontade de beber (?).

Assista aqui uma espécie de trailer da terceira temporada de Skins.

ps: O jeito mais fácil de assistir Skins é baixando pela internet e se convencendo de que você não sabe inglês ao escutar o sotaque de Bristol.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Everything is better underground

O metrô de Londres não é apenas um meio de transporte, apesar de ser um dos mais completos do mundo (são 273 estações em 12 linhas), é também parte da vida dos londrinos e da identidade da cidade.
Em uma cidade tão grande e com tantos problemas de tráfego, o metrô não é só a melhor maneira de se ir e vir (apesar de ser meio super lotado), é também uma unidade londrina, algo que toda a sua população heterogênea tem em comum.

O metrô londrino é uma festa! Uma testemunha presenciou um grupo de amigos na casa dos trinta anos entrarem totalmente bêbados em um dos últimos trens do dia. Não contentes de já estarem óóóóótimos, eles queriam ficar mais alcoolizados e tentaram abrir uma garrafa de vinho sem um saca rolhas, mas com o salto do sapato de uma das meninas. A testemunha prometeu para si mesma nunca entrar bêbada em um vagão de metrô.

Todo mundo usa o metrô. Quem tem carro usa o metrô. Quem trabalha usa o metrô. Quem sai de balada usa metrô (os trens param de funcionar às 24, mas voltam às 5h30). Gente famosa usa metrô (minha fonte avistou James McAvoy na Jubilee Line e hiperventilou por semanas). Turista usa metrô. Imigrante usa metrô. Mochileiro usa metrô e ocupa o espaço que três pessoas de tamanho médio ocupariam com suas mochilas. Vendedor ambulante (sim, eles também existem no primeiro mundo) usa o metrô e ocupa o espaço que cinco pessoas de tamanho médio ocupariam com seus carrinhos e sacolas. Protótipo de banda usa o metrô e ocupa o espaço que seis pessoas de tamanho médio ocupariam com os cases de seus instrumentos. O prefeito usa o metrô, mas só ocupa o espaço de duas pessoas de tamanho médio.



Dois dias atrás, dia 20 de janeiro, um protótipo de banda chamado Kid British (viciante mistura de indie, pop e ska) e o prefeito de Londres, Boris Johnson, se encontraram no único lugar onde isso seria possível, no metrô!

A banda de Manchester estava fazendo performances em diversos pontos turísticos da cidade, inclusive o Tube (como os londrinos chamam o metrô), com o objetivo de promover o seu novo ep com o sugestivo nome de “Leave London Ep”.
O encontro ocorreu dentro de um vagão, próximo da estação de Westminster e, imediatamente, a banda começou a tocar a música “Leave London”. Segundo Simeon Mclean, vocalista do grupo, Boris ignorou-os nos primeiros segundos, pois achou que os garotos estavam protestando (o prefeito não é muito popular), mas logo se deu conta de que eles não representavam problemas. Testemunhas dizem que o prefeito até dançou. Infelizmente, não há um vídeo desse exato momento, mas dá para ter uma idéia com esse.
Contudo, o dia de aventuras da Kid British no Tube, ainda não tinha acabado. Eles foram expulsos da estação London Bridge por estarem se apresentando sem autorização. Todos os artistas que se apresentam no metrô têm licenças para isso. Graças a essa maravilha moderna chamada YouTube, podemos conferir o exato momento da expulsão, e ainda ouvir alguns segundos da música "Elizabeth".

Esse blog posta mols de fotos legais e curiosidades sobre o metrô de Londres diariamente.



quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

White Lies

A tradução literal de “white lies” é “mentiras brancas”. A tradução correta é “mentiras inofensivas”. A tradução correta essa semana é “a banda do ano”.
O primeiro álbum da banda White Lies foi lançado oficialmente dois dias atrás, no dia 19 de janeiro. Digo oficialmente, pois como qualquer pedaço de mp3 que se preze, as músicas de To Lose my Life vazaram na internet alguns dias antes, além de já serem velhas conhecidas daqueles que acompanham a banda desde o lançamento de seus primeiros singles e eps e de quando eles ainda eram chamados de Fear of Flying.

White Lies e seu tecladista.

Os três integrantes da banda, Charles Cave, Harry McVeigh e Jack Lawrence-Brow, são de Londres e fizeram amizade com nomes respeitáveis da nova cena local como Jamie T e The Macabees.
Apesar de terem alcançado algum sucesso com a sonoridade indie-pop do Fear of Flying, os londrinos resolveram tirar um ano de folga, pois segundo eles, suas músicas não traduziam aquilo que eles realmente eram.
Em outubro de 2007, eles anunciaram que "Fear Of Flying estava morto e que White Lies estava vivo". A segunda banda seria mais obscura e teria influências de Joy Divison e Echo and the Bunnymen, além de muito mais sintetizadores! Segundo Lawrence-Brown, a banda achou que deveria interpretar suas músicas de maneira diferente, e que isso só seria possível se fossem outra banda. White Lies seria o veículo perfeito para essas canções.

Aparentemente, um momento epifânico digno de Clarice.

A partir daí começaram a surgir as propostas de gravadoras (na realidade, testemunhas afirmam que elas se estapearam pelo contrato da banda), as aparições em programas de televisão e as performances em grandes festivais, como os de Reading e Leeds.
Apenas um dia depois do lançamento de To Lose my Life mais de 100 mil pessoas, apenas no Reino Unido, já tinham um álbum do White Lies para chamar de seu. O número é impressionante por si só, mas quando se leva em conta que o atual hype da música inglesa dá mais atenção para o indie-pop, o new rave, o electro e tudo que se encontra no meio disso, o sucesso de uma banda com som e letras mais pesadas é ainda mais notável.

White Lies apareceu em primeiro lugar na última edição da lista Sound, divulgada anualmente pela BBC com os nomes das NBT, vulgo Next Big Things, vulgo preste atenção neles.
The Ting Tings, Mika e Duffy já estiveram nessa lista. Fica a dica.

Parece com: The Killers
As faixas mais legais: Death, Farewell To The Fairground e From The Stars.

ps: o velhinho da foto é, na realidade, o tecladista da banda.

Mentira.


terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Obama Denin

O universo respirou Barak Obama no dia 20 de janeiro de 2009, uma terça-feira. Além das mais de 2 milhões de pessoas que congelaram sob uma sensação térmica de 13 graus negativos, o resto do mundo também acompanhou a cerimônia, deu tchauzinho para o Bush indo embora de helicóptero e ainda formou uma opinião sobre o modelito da primeira dama Michelle.
Mas nada disso interessa.
A esperança que os americanos e, na realidade, o mundo todo coloca em Obama não se traduziu apenas nos votos, mas também na moda.
A partir desse momento, esse texto ficará totalmente longe da política internacional.
Durante os meses que precederam as eleições presidenciais, celebridades e meros mortais compartilharam o gosto por qualquer peça que remetesse ao futuro presidente.
Esqueça broches e adesivos. Obama e seus simpatizantes levaram a campanha política a um novo nível.
Esqueça também aquelas camisetas tipicamente eleitorais, de corte ruim e estampa péssima. Obama é fashion.

Ele chegou até as passarelas, nos desfiles de estilistas como Isaac Mizrahi e Derek Lam.
Nas ruas, as peças são um tanto quanto mais básicas, além se serem queridinhas pelos famosos.
Steven Spielberg era um dos convidados da posse, mas Halle Berry era quem tinha uma verdadeira coleção de camisetas “Obama Denin”.

Aposto que Ryan Phillippe também não compareceu à posse, mas soube muito bem rechear a camiseta.


Um minuto de silêncio para a apreciação, por favor.
Beyonce até fez um super esforço e não usou decote só para poder exibir sua nova camiseta, que combina com sua bolsa e seus óculos!


Até aqui no Brasil, onde ninguém vota para presidente dos Estados Unidos, foi lançada uma camiseta do então candidato. Acompanhando a obamania, a grife Cavalera as colocou em suas lojas por apenas 19,90, uma barganha quando o assunto é Cavalera.
Não é só de camiseta que vive um candidato, para aqueles que gostam de variar, também foram feitos casacos, chapéus e calçados.
Agora só nos resta esperar e ver se Obama faz tanto sucesso quanto sua coleção de roupas.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Um

O primeiro post de um blog diz tudo sobre ele.
Ou não.
Espero que não, já que o meu post nunca chegaria a tais expectativas.
De qualquer maneira, chega uma hora na vida de todo pseudo-jornalista que a criação de um blog se faz necessária. Seja porque você se sente excluído de todos aqueles papinhos da blogosfera, seja porque você sente aquela coceirinha para colocar em palavras e mostrar para todo o mundo todas aquelas asneiras que passam na sua cabeça e que sempre fazem muito sentido, ou seja porque você finalmente conseguiu um lindo layout que tem que ser exibido por ai (valeu, Lidia).
O mais preocupante sobre um primeiro post é que começos e primeiras vezes quase sempre são esquisitos. Não queria que o post #1 do meu amado Bowling For Cake fosse esquisito, mas já está sendo, né?
Eu sei.
Talvez essa seja a regra.
Testemunhas me contaram que eu fiquei encarando a parede no meu primeiro dia de aula do ensino médio; no da faculdade, eu não sabia onde era o banheiro e fique andando em círculos. Eu cai da esteira na primeira vez que subi em uma e demorei para me familiarizar com o sistema de lugares marcados no cinema.
Até pessoas que não são humanas como os Beatles e a Sarah Jessica Parker tiveram começos de carreira conturbados. Duvido que eles realmente quisessem cantar “Sie liebt dich yeah yeah yeah” e nem usar aquelas roupas bem distantes do conceito fashion diva.
Chega um momento na vida de todo pseudo-jornalista que ele deve pôr um fim ao primeiro post de seu primeiro blog. Essa é a hora para mim.
Espero que esse primeiro texto tenha sido ruim o suficiente para merecer um futuro de sucesso, Yokos e Sex and the City.
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